segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Coisa de ansiedade

tenho essa ânsia de conhecer-te
que até agora se fez mais por palavras 
do que por vida vivida
de minutos contados

relógio anda e a vontade fica 
vontade que elas corram
mesmo que palavras 
livres em minha direção

não obstante e mesmo que estranhe
a rede que nos suporta
e nos conforta
revela mais do que a TV a cores

tenho essa ânsia do seu sorriso
dos vazios
dos entrelaços
desses laços

e a gente divide e preenche esse todo
que são dois todos cheios 
cheios de passado

tenho essa ânsia do relógio cheio

mas 
todo esse tempo 
é menos tempo sem você

Toda hora
é menos cara


e cada kilometro me dá ânsia de vomito

sábado, 3 de agosto de 2013

Ameaça

Da carne
Quero sentir seu tremor num cabo de madeira
Cozinha, sem especialidades

Não há nenhuma beleza em ir
Porque estar, deixar,
É o que importa.

Portanto, recolha esse olhar ao pó
E me deixe longe desses sonhos.

domingo, 10 de junho de 2012

Solidão.

O barulho da chuva não para dentro da cabeça
Os neurônios explodem sem pensar
Do rebuliço, ciclo de cada dia.

Canso de não poder me afastar
E pereço, como arroz de pequi
Caçando estrelas do mar.

Quem sabe um meteoro
Caia e tudo pareça lindo
Para de há passar a hão de novo

Emoção, meu caro,
É coisa que quando dá
Cai de maduro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DAÍ

Daí eu decidi que dos que há e que já tinha
Precisava era senti-los com verdade
E não com necessidade.

Daí tenho seguido passos mais camelóides,
Futurísticos
E sentindo sol e frio como qualquer ser humano.

Não sei se é o caso de indicar caminhos já que foram tão tortuosos,
Mas certezas são sempre reconfortantes
E não se importe que um dia elas não estejam mais lá.

Indico então paz e aproveitamento
Dos sorrisos,
Dos afagos,
Dos intercâmbios,

de TUDO.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Rebuliço


E os ventos não descansam em espalhar folhas secas no ar
Das quais não há precisão
nem se quer vontade.

Pintam o céu de marrom-avermelhado,
sangram leitos já trancados,
ou de procedência incerta.

Atravessam toda pureza do ar,
sufoca-nos.

E assim se espera acalmar-se,
a cada minuto,
a cada movimento.

Cansa fôlego,
futuro e 
o momento.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por detrás

A chuva cai feito balde
E tento me sentir segura nesse espaço
Presa com meus próprios cadeados.

A eles, dei-te a chave.
Mas desde já,
Quero-as de volta.

Sem grandes danos,
Nem dilúvios.

Só não gostei da exposição do flash.

Abri aquele velho baú
De recordações
E desejos.

É ouro demais
E meu olhos não suportam.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Simples discordância

De cá reclamo aos que não tem ouvidos
E incito Caio Fernando.

Por que essa disposição ao amor atormentado?

De certo que não és só nossa,
Nem particular desse tempo.
Mas engasga feio
E sequestra a vontade de respirar

Será que era muito desassossego
Dispor essa classificação a outros sentimentos?
Ou será o amor tão amplo e não delimitado
Que o incorporou a força bruta?

Sei que só convivo com a derivação
De um processo absolutamente inalcançável
E não concordo com ele.

É isso.

sábado, 13 de agosto de 2011

Palavras se perderam.

Aí me vejo, como de costume, a procurar o que já se foi,
o que não há mais o que retirar.

Acho sonho e magia,
tudo o que fazia meus olhos acordarem,
minha mente se perder de cor
e meus pés flutuarem.

O que sinto hoje dessa fonte são cicatrizes,
apenas isso.
E uma vontade de arrependimento mais forte do que eu.

Cada passo mal dado de hoje,
sei que foi fruto dessa água envenenada.
E se sinto raiva,
lhe direi que sinto tristeza.

De cada momento incrível
jogado ao penhasco,
cruelmente.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Liz - Cap. 5

Sacou todos aqueles gizes de cera que sempre carregava na bolsa sem nenhuma utilidade e sentiu que seria agora, que aquilo era uma brecha pra tudo que ela queria: Colorir seu próprio mundo.
Ficou pensando se tudo aquilo não tinha sido feito por sua imaginação, por um sonho maluco de noite chuvosa. Mas durava muito tempo e estava absurdamente incontrolável.
Liz acreditava que mesmo com o meio-fio tão perto, podia evitá-lo quando tomasse consciência. É, não podia ser um sonho. Já teria acordado, ou talvez já pudesse andar com as próprias pernas.
Afastou esses pensamentos e resolveu construir o tal mundo que estava em volta suplicando por cores.

E entendeu que aquilo ali, sempre foi ela mesma.

(27/04/11)