domingo, 14 de fevereiro de 2010

Liz cap.4

E então se pergunta se tudo aquilo que cuspia barulhos sem parar eram sua real vida,
pertubou-se em achar que sentia falta do que a incomodava.
Estava bem, mas sentia falta.
Nada ali parecia com algo, não havia natureza, nem concreto.
Não havia nada, apenas mutações inconclusivas.
E passados tempos em simples vazio de consciência, sente algo deslizando,
caindo sobre seu corpo.
São milhares de papéis brancos praticamente cobrindo tudo que há em volta.
Olha pra sua referência do que seja em cima, de onde normalmente coisas caem e conclui que não há algo emanando essa enchurrada de lâminas brancas,
elas veem de toda parte.
Um mundo é um pergaminho branco agora, um tábula rasa de Locke.


Fazer sentido é fazer ser agora.

A rotina da mão é o toque.

A rotina da mão é o toque
E o afastar-se é algo incompreensível.

Certamente isso também sou,
Além de um clássico clichê
E uma pitada de fervor.

Nem mais clara consigo ser.
As águas não mais se refletem,
Os raios voltam sem se ver.

Sem esquentar o fundo
o dentro, o canto.
Acumulando-se, no entanto.

E nessa escuridão,
Só quem pode contra mim
Sou eu mesma.