terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DAÍ

Daí eu decidi que dos que há e que já tinha
Precisava era senti-los com verdade
E não com necessidade.

Daí tenho seguido passos mais camelóides,
Futurísticos
E sentindo sol e frio como qualquer ser humano.

Não sei se é o caso de indicar caminhos já que foram tão tortuosos,
Mas certezas são sempre reconfortantes
E não se importe que um dia elas não estejam mais lá.

Indico então paz e aproveitamento
Dos sorrisos,
Dos afagos,
Dos intercâmbios,

de TUDO.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Rebuliço


E os ventos não descansam em espalhar folhas secas no ar
Das quais não há precisão
nem se quer vontade.

Pintam o céu de marrom-avermelhado,
sangram leitos já trancados,
ou de procedência incerta.

Atravessam toda pureza do ar,
sufoca-nos.

E assim se espera acalmar-se,
a cada minuto,
a cada movimento.

Cansa fôlego,
futuro e 
o momento.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por detrás

A chuva cai feito balde
E tento me sentir segura nesse espaço
Presa com meus próprios cadeados.

A eles, dei-te a chave.
Mas desde já,
Quero-as de volta.

Sem grandes danos,
Nem dilúvios.

Só não gostei da exposição do flash.

Abri aquele velho baú
De recordações
E desejos.

É ouro demais
E meu olhos não suportam.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Simples discordância

De cá reclamo aos que não tem ouvidos
E incito Caio Fernando.

Por que essa disposição ao amor atormentado?

De certo que não és só nossa,
Nem particular desse tempo.
Mas engasga feio
E sequestra a vontade de respirar

Será que era muito desassossego
Dispor essa classificação a outros sentimentos?
Ou será o amor tão amplo e não delimitado
Que o incorporou a força bruta?

Sei que só convivo com a derivação
De um processo absolutamente inalcançável
E não concordo com ele.

É isso.

sábado, 13 de agosto de 2011

Palavras se perderam.

Aí me vejo, como de costume, a procurar o que já se foi,
o que não há mais o que retirar.

Acho sonho e magia,
tudo o que fazia meus olhos acordarem,
minha mente se perder de cor
e meus pés flutuarem.

O que sinto hoje dessa fonte são cicatrizes,
apenas isso.
E uma vontade de arrependimento mais forte do que eu.

Cada passo mal dado de hoje,
sei que foi fruto dessa água envenenada.
E se sinto raiva,
lhe direi que sinto tristeza.

De cada momento incrível
jogado ao penhasco,
cruelmente.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Liz - Cap. 5

Sacou todos aqueles gizes de cera que sempre carregava na bolsa sem nenhuma utilidade e sentiu que seria agora, que aquilo era uma brecha pra tudo que ela queria: Colorir seu próprio mundo.
Ficou pensando se tudo aquilo não tinha sido feito por sua imaginação, por um sonho maluco de noite chuvosa. Mas durava muito tempo e estava absurdamente incontrolável.
Liz acreditava que mesmo com o meio-fio tão perto, podia evitá-lo quando tomasse consciência. É, não podia ser um sonho. Já teria acordado, ou talvez já pudesse andar com as próprias pernas.
Afastou esses pensamentos e resolveu construir o tal mundo que estava em volta suplicando por cores.

E entendeu que aquilo ali, sempre foi ela mesma.

(27/04/11)

Isso é uma imagem

E nós que caímos tanto em cada vão de meio fio perdido,
Não podemos entender que cada sentir-se é eterno,
Preso em cada alma etérea
que de beber, não se vive.

E então,
Uma roda vai,
Mais tantas outras ficam,
Nem sempre com a mesma estabilidade.

Querer tudo do mundo, não é demais.
Vocês que se acostumaram com tão pouco,
Com pouco milho,
Com pouco ciscar.

Queria tanto que cada um simplesmente fosse.
Passeando por caminhos ilimitados,
Estradas proibidas,
Vidas já vividas.

E que se for pra bater o carro,

QUE BATA!

mesmo se for uma bicicleta.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sally

A falta que eu sinto deve se perder no ar.
O ar que eu respiro agora pesa sem tamanho,
Sem um braço.

Abraçada só com o que restou desses olhares
Restinga de cachos,
de lados.

E as ladeira tão escadas,
Agora tão escorregadores
E que corram corredores!

Porque prioridades não existem mais.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Biomas

Enquanto você se lambuza em milhares de mãos vazias
Enquanto sua pele pede, não amadureça sozinha
Eu mantenho a distância mínima
E segura.

Porque o que há em sua volta é negro como céu urbano
e de fantasia tento transformá-lo.

Mas todos os meus caminhos não são nossos,
São só meus tortuosos.
Feitos galhos em cerrado,
Pirogênicos.

E de tudo que não dá,
Ou não deu,
faço certo, duro e irreal,
Procuro paz.

E deixo tudo ambientalmente de lado.

nu

Das coisas mais absurdas que a sociedade consegue promover,
Se estabelecem em grãos finos que podemos aspirar
E que não são banais,
Nem ao menos desertificadores,
Sigmos.

Sigmóide é você e eu não consigo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

(não) Esperando isso

Furacão subindo pelo braço,
Pés surgindo de cacos inteiros.
Nada ainda derramou leite,
Nada há de se chorar.

Nada agora, você diz,
Futuro chega,
Palavras voam
E insegurança fica.

Aquelas velhas estórias
totalmente desconfiguradas.
Aqueles velhos medos,
todos já naufragados.

Pare de indicar
e chegue até lá,
mas esqueça o quão espelho se tornou,
Você deve saber lidar com você mesmo.

domingo, 8 de maio de 2011

Das definições infundadas do viver - Cap.1

Pensei muito em não dizer mais nada,
Em calar tudo que aqui dentro insiste em não deixar de existir,
Mas isso aqui sou eu,
Por mais frágil e inconsciente que possa parecer.

Já deixei de caminhar tanta coisa
Jogando fora alguns passos desconfortáveis
Que vão me levar longe,
E isso é incrível.

Porque não importa quanto não possamos tudo
Que as vezes passa por nosso pensamento.
O que nós tiramos disso tudo
É cada vez mais engrandecedor.

E aí que eu lhe digo,
Num momento me falta ar,
no outro, me falta lamento.


Viver é uma adaga,
sempre.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Lei da Física

Não me importa que vocês digam que a força centrípeta não existe,
eu simplesmente não consigo tolerar que a inércia seja a única forma de sair desse círculo infinito.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Das dificuldades de simplesmente viver - Cap. Final

Talvez o ponto mais crítico das dificuldades de simplesmente viver seja a incongruência de desejos.

Cada passo seu pode estar prejudicando alguém,
Cada lágrima que você derrama pode mudar o caminho de cada um.

Ninguém nunca disse que seria fácil.

E convenções continuam acabando com o meu andar.

Mas algo dentro de mim,
Seja caixa d'água,
Seja instinto,
Seja lá o que for,
Ainda me faz continuar.

E acreditar que ainda há,
Que não vai acabar,
E que, de um giro, explodirá.

Tomara que aconteça
E tomara que eu consiga suportar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Nostalgia de maio afogada

De cada pé do estômago sai um braço seu,
de cada cortina abandonada.

Seu olhar é um voo interrompido
que de tão forte cai no chão maltratada.

De jejum em jejuno,
eu continuo é com fome.

sábado, 12 de março de 2011

Água-benta

E que esse ser divino, seja ele quem for,
abençoe essa minha falta de continuidade literal.

Isso não me sai da cabeça

Cada parte de tudo que eu sou nasce de uma simples chama de verdade.
Cada ato impensado, cada nota desafinada.

Cair no precipício de todos esses seus olhos vigilantes,
Não faz parte do meu direito de escolha.

Queimar segue necessidades,
Todas elas tão expostas e dispostas
Nesse seu cantar interminável.

Notas são como combustível.

Num surrealismo moderno,
Flamejo com seu canto,
Combustível de minha verdade.

Que já se pôs tanto a encher
e esvaziar,
Às vezes até secar.

Quer sentir o ninho pronto,
pra esquentar
e incendiar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

É tarde, e quero descansar.

E a dificuldade de abandonar as coisas simples que são abafadas pelos nossos velhos hábitos?
Nos prendemos a cláusulas torturantes,
Criamos rótulos que não nos traduzem.

Caímos no abismo de nós mesmos,
Nas armadilhas que iscamos,
Num mar de nossas próprias lágrimas.

São círculos que eu já sei que existem,
Mas que deveriam ser belos,
Se transformarem em espirais
E circundar todos de coisas boas.

E ser piegas é preciso quando se deixou de querer o bem de tudo que faz parte do viver.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fazenda ferruada

Sou levada a te dizer que o que há é verdade ferrenha,
É escolha certa,
É caminho já traçado.

Mudar de rumo é destino de pedra, de planta.

Vá colocando seus tijolos amarelos
Que a gente conversa nas encruzilhadas do penar.
E eu vou te procurar com certeza,
Quando meu boi precisar do teu pasto pra passear.

Se assim será,
Será muito mais simples.

E com nata.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Curto lamento de campo.

E é aí que me vejo calada, sem porte, sem casa.
Quando você vem e me olha e me lembra de tudo que não pode ser mais.

Podia só deixar de ser?
Pra que me lembrar dos dias enclausurados
que foram belos e agustiantes ao mesmo tempo?

Talvez prefira ser casca calada,
que se guarda por não poder dizer.

Escolhas são para os que não tem sede.

eu


sou a mosca
que pousou em sua sopa.















Foto: André Mendonça e Abílio Bandeira