segunda-feira, 28 de março de 2011

Nostalgia de maio afogada

De cada pé do estômago sai um braço seu,
de cada cortina abandonada.

Seu olhar é um voo interrompido
que de tão forte cai no chão maltratada.

De jejum em jejuno,
eu continuo é com fome.

sábado, 12 de março de 2011

Água-benta

E que esse ser divino, seja ele quem for,
abençoe essa minha falta de continuidade literal.

Isso não me sai da cabeça

Cada parte de tudo que eu sou nasce de uma simples chama de verdade.
Cada ato impensado, cada nota desafinada.

Cair no precipício de todos esses seus olhos vigilantes,
Não faz parte do meu direito de escolha.

Queimar segue necessidades,
Todas elas tão expostas e dispostas
Nesse seu cantar interminável.

Notas são como combustível.

Num surrealismo moderno,
Flamejo com seu canto,
Combustível de minha verdade.

Que já se pôs tanto a encher
e esvaziar,
Às vezes até secar.

Quer sentir o ninho pronto,
pra esquentar
e incendiar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

É tarde, e quero descansar.

E a dificuldade de abandonar as coisas simples que são abafadas pelos nossos velhos hábitos?
Nos prendemos a cláusulas torturantes,
Criamos rótulos que não nos traduzem.

Caímos no abismo de nós mesmos,
Nas armadilhas que iscamos,
Num mar de nossas próprias lágrimas.

São círculos que eu já sei que existem,
Mas que deveriam ser belos,
Se transformarem em espirais
E circundar todos de coisas boas.

E ser piegas é preciso quando se deixou de querer o bem de tudo que faz parte do viver.