As palavras, as vezes, são claustrofóbicas.
Na tentativa de abrir portões,
cada verso é um novo cadeado,
um novo pecado,
um adultério com o caos
na tentativa de trazer para o concreto,
o que nunca foi concretizado,
o que nunca será palpável,
o que existe na simples razão de existir,
sem precisar ser visto, ouvido.
Por isso que digo,
não,
susurro,
(imagine se algum poeta me ouve!)
tenho medo das palavras,
acho que você também deveria ter.
Porque o que inebria,
derruba
e o que distrai,
destrói.
Cuidado com a força do concreto.
Esfarele as estrofes e as joguem ao ar,
sem medo do vôo.
hacer di existir.
4 comentários:
fantástico, minha querida,
fantástico!
arrisco até a dizer que é o melhor até aqui.
tão flúido,
farelos ao ar - v o a n d o ~
(e eu também tenho medo das palavras)
as palavras são iscas.
"glub glub"
porra
brocou
As palvras como diria Drummond
tem mil e uma faces sobre a face neutra
Muito bom, muito bom.
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