segunda-feira, 7 de abril de 2008

368 dias.

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- Não diga isso, menina!
No primeiro momento a menina achou um absurdo sua avó não ouvir o que ela dizia, mas foi só ter um segundo de reflexão que percebeu que não tinha como inserir uma idéia de que ele estava melhor onde quer que estaria, porque é tanta dor que alguém sente quando perde um ente muito próximo que esta dor o domina incrivelmente e o faz desligar-se de todos quaisquer que sejam e só presta atenção no que sente. É como algo que domina a tal ponto que esquece de tudo, até do que está lhe causando a dor.
E o dia foi se passando assim, sem ela perceber. Era como um trânsito de pessoas que entravam e saiam daquela sala, a abraçavam e desejavam os seus pêsames. Na verdade, nem sabia o que realmente significava a palavra "pêsame", mas não conseguia acreditar no sentimento que aquelas pessoas diziam que sentiam.Lembrava dos filmes que assistira que tinham essa palavra e sentiu exatamente o que sentia ao vê-los, como se não fosse com ela. No momento que se pôs a refletir sobre os filmes lembrou-se de seu avô, cinéfilo, grande provedor de seu jeito "pra coisa".
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Tão pouco tempo que eu escrevi isso,
mas parece um século.
Ele nunca foi embora.

Um comentário:

Agnuz Leirbag, disse...

gostei do texto ai,
me fez até lembrar da minha vida !
parabéns !