quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma viagem.


Estirada quase que inteiramente no chão de azuleijos brancos e frios, a energia púrpura saltava sem hesitar das palmas das mãos voltadas para o teto.
Uma energia quente e translúcida que a levava diretamente pra debaixo de sua pele,
de seus orgãos, de suas células, pra dentro de seus átomos, de seus fótons.
Mas não era lá que ela ia, era pra fora, pra fora da sua consciência.
Uma voz bem ao longe teimava prendê-la por um mínimo fio nesse meio-mundo, entre o dentro profundo e o fora inexplicável.
Fio esse que teimava em não quebrar, em não deixá-la caminhar, fluir sua existência para essa nova. Sentiu esse fio mais grosso, consequência da voz macia ao fundo que insistia agora em intensificar-se e ainda ordenar a volta, a volta da viagem.
Os dedos se mexeram, a energia foi sugada, o "om" foi pronunciado e o trem chegou à estação.

Ela quer repetir a viagem e fazê-la durar mais. Talvez daqui a uma semana.

Um comentário:

Júlia disse...

hum..
é oq eu to pensando q possa ser
ou

é só uma historia?